domingo, 31 de janeiro de 2010

Viciado em arte musical











Continuo a trabalhar nos preparativos para o meu regresso ao mundo da música.
A literatura tem ocupado grande parte dos meus esforços, mas com o declínio da visão e o meu gosto (mais do que muito por ela) é inevitável.
Tenho comprado alguns instrumentos novos e trabalhado no aperfeiçoamento das minhas percussões. Construí também algumas novas.
Infelizmente a placa de som ainda não foi instalada, porque o técnico da loja de computadores tem andado demasiado ocupado. Mas é tudo uma questão de tempo para ver se pela terceira (ou quarta) vez, ela irá finalmente funcionar. Só o diabo sabe a seca que esta placa já me deu (e continua a dar). Estou no entanto esperançado que seja desta. Também se não fôr viro o barco e parto para outro sistema de captação de som.
Fazer música é o meu incentivo. Não tenho pachorra para tocar apenas por tocar. Quero compôr e pôr em prática a minha habilidade nesse capítulo. Adoro música, e ponho-a acima de todas as outras formas de arte: tal como Krishna, quero pegar na flauta e encantar a minha existência com a sua magia.
Comprei também um tambor "djembe" e um gongo médio. O tambor está ainda frouxo e o gongo necessitava de macetas para o tocar. Construí-as eu próprio à minha maneira. Ficaram tão loucas que o Palácio da Música as quer ver.
Ó Sol, senhor do calor e da vida, aparece. Eu sei que o ano passado foste mais do que generoso comigo; mas sem ti não tenho grande vontade de tocar. Tal como os passarinhos, o frio inibe e esfria o espírito. Como não tenho (nem posso ter) uma lareira, tu és a minha salvação.
Gostaria de arranjar também alguém com quem tocar.
Já tive um guitarrista louco, tão louco que acabou por ter de ser despachado da minha vida: facto que lamento.
Era extremamente vaidoso e convencido que era bom. Andavam bué de gajas atrás dele (gajas): e logo por azar começou essa ginástica com a irmã do Cismas.
Tinha uma escola de música com sucesso (violão, guitarra).
Cozinhava muito mal, e tratou pior a mãe à nossa frente, sem motivo aparente (um dia em que estavamos a preparar qualquer take sonoro, ou ideia, na hora, no cubículo-estúdio dele); não quero dizer que não tenha tratado 30 vezes pior a minha que ele: mas enfim. Não tinha espectadores a ver.
Tivemos muitos encontros, lá e cá - Paços/Espinho, e construímos algumas bases sonoras interessantes. Tenho fotografias da gente a ensaiar na minha casa em construção, juntamente com o Tiago, um puto baterista amigo dele, filho de um músico conhecido da zona do Porto. Mais do que o Mota, ajudou-me a construir - "Droga não. Droga pão?" com as suas guitarras, e não vale a pena: o homem sabia mesmo o que eu queria. E as várias guitarras que dispunha não eram para decorar o estúdio. Era um excelente guitarrista.
Durante a gravação desta música na Numérica com a ajuda do Sérgio, este, como não gostava dele (nem confiava no namoro dele com a irmã) deu-lhe semelhante seca, que não resistiu à pressão e vazou, com o rabo entre as pernas, quase a chorar de raiva.
Agora fazia-me, novamente, imenso jeito a sua contribuição.
Já toquei no grupo da banda, mas eram tão medíocres (em todos os sentidos) que deixaram de aparecer aos ensaios quando propuz fazer música nova. E não conheço mais ninguém por aqui (pelo menos enquanto passeio pela freguesia, não ouço música em lado nenhum).
-So. Let´s go see some pictures: ya now!

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