"Uma coruja pia e ... Vai lanchar".
Aqui passou Mouro.
Devia estar a cair água por estas paredes abaixo, como numa cascata natural. A diferença visual, sonora e climatérica, seriam tão significaticas que todo o parque resplandesceria de vida animal e vegetal - um autêntico jardim do Paraíso.
"Vamos ter barcos para passear no lago, meninos. Barcos. Acreditam nisso?" - diziam as monitoras gordas e deslocadas no clima, no tempo e no espaço. Mulheres deconsoladas, amarguradas e rudes como Sargentos da tropa. Autênticos monstros: altas como torres, de cabeça gorda e gordorosa, rala de cabeleira e implacáveis no tratamento dos "meninos" mal-comportados.
Estalagmites-estalaqtites, cornijas e abóbadas, portais e colunas,... Feitas por pedreiros da região (como se poderá comprovar lá mais para a frente) e eventualmente trabalho encomendado e pago pelo Henrique Veiga-Macedo, um magnata da Vila, inteligente, que não queria passar despercebido na história da sua terra.
Ya.
Há anos que queria entrar aqui e revisitar este periodo conturbado da minha vida.
Nesta idade acho que tinha um certo receio do meio ambiente social.
Nesta idade acho que tinha um certo receio do meio ambiente social.
Era tudo muito cinzento e desinteressante.
Imaginem o ruído da água a cair pelas paredes abaixo e a cortina líquida a distorcer as aberturas na rocha. As grossas gotas de água a cairem das alturas e a ribombarem cristalinas no eco das saliências mais improváveis.
Tenho dez anos e quero ir para casa - dizia eu - ao terceiro dia de permanência no local.
A comida não presta.
OS ARTISTAS
O Príncipe sapo vivia tranquilo na sua caverna, quando um dia uma filha feia e desconsolada do rei do castelo foi dar um passeio inabitual por um ângulo diferente do jardim e o ouviu cantar. Exigiu logo um autógrafo a tão grande solista e convidou-o a cantar na sua festa de aniversário daqui a três dias.
E a tola apaixonou-se pelo sapo.
"Daqui quase que dava para ver o mar".
Há sítios muito bonitos na nossa terra.
É impressionante este tipo de respeito pela natureza vegetal. O trabalho de alvenaria nas barreiras, parapeitos e guarda-freios, nas pontes e passagens com acesso mais duvidoso, denotam um gosto muito prático e natural.
"Viver e conviver com a Natureza é o máximo que um humano pode alcançar nesta existência".
BUM-BUM-BUM
BUM-BUM-BUM
Hey... Onde é a porta de saída.
Há quarenta e três anos atrás fiquei entre os três melhores da minha turma nos quatro anos de escola primária, e como o regime de Salazar era generoso, ofereciam uma estadia numa estalagem próxima como recompensa. Embora desconfiado com tanta generosidade tive de ir; eis o resultado no jardim.
A estalagem é agora uma creche e jardim de infância, e não deixam entrar curiosos.
"A longevidade é o segredo do Além".