segunda-feira, 22 de março de 2010

Primavera de 2010

Começou a primavera, e como já começa a ser vulgar hoje em dia, começou de forma particular.
A meio da tarde surgiu de repente um arco-íris no céu, mas um arco-íris como nunca vi: duplo, e largo como uma ponte, e o arco em si formou como que um portal no céu. No lado de baixo claro, e no de cima mais escuro.
Como o Inverno foi mais rigoroso que nos últimos anos a maioria das plantas não resistiu ao impacto das sucessivas tempestades e granizo grosso, e como consequência a natureza em geral está ainda bastante fragilizada. Só os citrinos beneficiaram com a chuva exagerada.
Desponta o Sol e a vida espreita, nas suas múltiplas facetas. Estou esperançado que o tempo que está para vir vá ser mais generoso que possamos pensar. Espero, mas já não tenho a certeza de nada. As mudanças a nível geral são uma realidade inquestionável, e o futuro incerto.
Tenho passeado o mais possível neste clima ainda instável e a desolação está patente em todo o lado. Houve (este Inverno) uma grande destruição na natureza, com a queda de árvores e deslizamentos de terra, e a solução é a habitual. Limpar os destroços e aproveitar para limpar ainda mais o terreno, factor que a curto prazo vai contribuir para uma maior instabilidade do solo e subsequente fragilidade dos recursos naturais. Porque é que não plantam logo de seguida mais árvores para recuperar o equilíbrio perdido? Será assim tão custoso. Eventualmente ligar uma moto-serra e cortar em fragmentos uma grande árvore dá mais trabalho que plantar uma série delas, e não polui tanto como a dita maquineta.
Onde está a correcta gestão dos recursos? Onde pára a típica cumplicidade do homem sábio com o meio ambiente! Onde pára o bom-senso?
A destruição global é um facto e quem vai pagar a factura são as gerações futuras.
Tenho observado a recuperação de alguma vida animal irradicada da nossa paisagem, mas será isso um sintoma de retoma da normalidade perdida, ou do desenrasque?
São demasiadas as dúvidas que prespassam pelo meu cortex e não tenho resposta para tantas variações espontâneas, cada ano que passa mais frequentes e inesperadas.
Tenho medo do futuro.
Agora, como sempre, vou tentar justificar o que digo com imagens.