segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Os políticos anti-política

Sou apolítico porque vejo que são todos uns falsos. Toda a vida o soube, mas com o avançar da idade cada vez vejo mais e melhor como mentem fácilmente, e não cuidam dos problemas do povo que os elegeu. Parecem-me sobretudo interesseiros e bastante corruptos na sua maneira de verem as crises que provocam (directa ou indirectamente).
O facilísmo que proporcionam aos ricos cria abusos de dimensões sociais indescritíveis. E o que os ricos proporcionam aos pobres é uma pseudo-escravatura mal disfarçada que os desgraça e miseraviliza cada vez mais no tecido urbano. Uma roda dentada ferrugenta e mal oleada com um elevado grau de degradação - range e chia, sem que ninguém de direito se preocupe em restaurar.
O povo que se lixe - parece-me ser a norma vigente.
"O povo aguenta tudo e mais alguma coisa que se lhe atire para cima". Mais impostos, mais taxas, menos regalias sociais (ensino-saúde) mais trabalho e menos tempo de reforma, mais... Miséria, falsas promessas, ameaças veladas, coação dissimulada, stress...
Tomemos o exemplo do presidente da républica. O Cavaco, quando por um feliz golpe do destino entrou ne esfera do poder, fartou-se de cometer irregularidades que despachariam qualquer outro do poleiro para fora como se fosse um atrasado mental, e no entanto já ganhou o cargo supremo da nação duas vezes.
Como é possível que me possa interessar por política quando um sabugo destes ocupa a cadeira magna do poder no meu país? É quase um insulto à minha inteligência!
Será que não se lembram do que fez e das decisões quase catrastóficas que tomou quando era primeiro ministro? Será que não se lembram que chegou a mandar as criancinhas para a cama quando ainda eram cinco horas da tarde, apenas para satisfazer os interesses financeiros que queria manter com os países nórdicos durante o horário de trabalho deles? E nós (o povo) não somos ninguém? Não valemos nada?
Quem votou no Cavaco vale tanto como ele.
Um cavaco - traduzido à letra - lasca de madeira produzida pela acção violenta de um objecto contundente que apenas serve como acendalha, ou para fazer contraplacado. Na prática não vale quase nada, e só serve como material de segunda qualidade - pouco fiável e fragmentável com a humidade. E Silva? Aquela planta cheia de picos que dá amoras silvestres, negras como a realidade nacional. Um Cavaco de Silva não tem a mínima utilidade.
Como é possível que a mediocridade de ser Português seja tão notória nestes casos de tranquilidade nacional - ou da falta dela? E como poderia eu seguir um dealer com o carisma deste presidente.
Alguém viu alguma vez o Cavaco ao lado do povo? Viram-no sempre ao lado dos ricos, dos grandes magnatas e empresários de sucesso. Comparo-o ao Bono dos U2 - querem ambos ser Eternautas. U quê? Quando!
Peço desculpa por ter dissertado tanto acerca desse indivíduo (não era minha intenção) porque o que quero frisar é a irresponsabilidade politíca no campo da economia, da saúde, da educação e da justiça.
Nenhum Estado responsável entrega de bandeja sectores essenciais da economia ao sector privado. A Energia, motor de base do progresso e desenvolvimento dum país, nunca devia passar para a mão de empresários apenas motivados pela fome de lucro fácil. A electricidade, os combustíveis e a água deviam de ser geridos pelo Estado. A agricultura, a pecuária e as pescas deviam ser apoiadas e financiadas pelo Estado. A saúde e a educação deviam ser gratuítos (nos países verdadeiramente civilizados são-no). E a justiça tem de ser cega - e não badalada nos servidores multimédia como um produto interessante. A miséria humana não devia de ser exposta arbitráriamente aos olhos de toda a gente: a desgraça devia de ser muda e impessoal - só interessa na prática aos directamente implicados no assunto. E assim devia permanecer.
Comecei este blogue com a intenção de comentar a despesa com o consumo de gaz de um ano e deixei-me entusiasmar com o miserabilismo da política nacional.
No mês de Janeiro de 2010 paguei por uma botija de gaz entregue ao domicílio 17,95 euros. No mês de Dezembro do mesmo ano paguei 21,35, e agora já está a 22,10 euros. Pode não parecer muito, mas são 3,40 euros de aumento durante um simples ano. Uma taxa de inflação exorbitante para um produto de 1ª necessidade - não acham? E agora pergunto eu. Quem regula o preço destes bens essenciais ao bem-estar da população em geral, e sobretudo quem beneficia com isso?
Sendo o gaz um produto comerciável como outro qualquer, e estando condicionado a um contrato de base com uma longevidade pré-estabelecida, porque sobe arbitráriamente de forma desmedida sem justificação plausível? Quem faz das pessoas escravos da vida! Quem vive régiamente à custa dos outros?
Cada vez tenho mais vergonha de viver numa sociedade tão corrupta como a Portuguesa. Podiamos viver todos como príncipes, mas não passamos de lacaios duma minoria desprezível e desumanizada.
Mais tarde continuo-o com este assunto - a corrupção legislativa.