terça-feira, 20 de abril de 2010

Que Primavera mais estranha

No dia 13 de Abril fomos para a praia de Paramos, pusemo-nos atrás do paredão por causa da Nortada e passamos uma tarde espectacular. Mesmo depois das cinco da tarde fui ao mar e dei dois mergulhos deliciosos com a água perfeitamente aceitável a nível de temperatura.
Tenho reparado que o vento também já não é como dantes. Antigamente, se estivesse vento para o interior, junto à costa era insuportável. Agora não. Faz uma ventania louca aqui e quando nos aproximamos da costa amaina, e está-se melhor que no interior. Estranho, não é? Eu acho.
Este Inverno e Primavera já vi de tudo a nível climatérico: só faltava a erupção dum vulcão na Islândia para alterar ainda mais o paradigma da civilização moderna (e a sua incapacidade de ultrapassar certos desafio da natureza). Neste momento a Europa Ocidental está com os vôos aéreos cancelados até o vulcão amainar, só que o dito cujo não está pelos ajustes e continua a cuspir fumo, cinza e lava com fartura para a atmosfera.
Acho uma dádiva dos Deuses acontecimentos como este: é da maneira que o animal humano não polui o ar que respira durante algum tempo (o vulcão trata disso). As companhias aéreas? - que se lixem! Ganham fortunas por ano, à custa das futuras gerações. Façam aviões a andar à vela.
O humano tem que viajar? Que vá a cavalo ou de burro. É da maneira que mantém a forma e vê o Mundo que o rodeia com todos os cambiantes do seu sabor - o chilreio dos pássaros, o perfume da terra e das flores, a frescura dos regatos e do céu... Que mais se pode querer numa época de assapar o cú num banco e ficar colado a um êcran durante horas a fio, sem verdadeiro benefício para o corpo e para a mente. No fim só resta frustração, olhos cansados e a mente evasiva do que se viu (ou pensa que viu). A vida social actual é um caco.
Depois da calmaria veio a tempestade, com tal violência que criou rios, como comprovam as imagens.
Tal como foi predito pelos cientistas à mais de dez anos atrás, as mudanças podem ser rápidas e radicais, e a prova está à vista. Nunca na vida fui para a praia na segunda semana de Abril (que me lembre. E tenho boa memória.).