Há vinte e oito anos atrás decidi instalar-me em Paris, usando a amabilidade e hospitalidade de uma tia, depois de mais uma frutuosa jornada nas vindimas. Quando finalmente consegui pôr-me a solo comecei a pensar sériamente em aprender a falar, a ler e a escrever Francês correctamente. Durante o meu curso na escola comercial e industrial de Espinho, o professor de Francês (e director da escola) era um indivíduo tão sinistro e intimidatório que ninguém conseguia aprender nada, só de olhar para ele: tinha a alcunha de penalty, e metia um medo de morte até aos outros professores: un salaudparde (será assim que se escreve?) - estou ferrugento nestas andanças.
Ao andar pelas avenidas da cidade apercebi-me de inúmeras bancas que vendiam banda desenhada no passeio. Toda a vida gostei imenso de banda desenhada e pensei que lê-las era a melhor alternativa de abordar a língua. Assim sendo comecei a comprar revistas relacionadas com o assunto e descobri os Comics de Stan Lee. Fiquei logo fascinado com as histórias e os desenhos e aprendi rápidamente a lê-las (com ajuda de uma televisão a preto e branco que comprei a um visinho como apoio audiovisual).
A certa altura as revistas começaram a trazer esta espécie de cromos dos personagens do mundo fantástico da Marvel, mas inicialmente não lhes dei atenção e deitei-os fora, até que um dia me apercebi que eram bastante interessantes e comecei a guardá-los. Não faço ideia da quantidade de personagens que deitei fora, portanto apresento aqui o que conservei à posteriori.
Mais tarde abordarei novamente este tema - a banda desenhada - tão menosprezada nos dias que correm. Mas não os personagens de Stan Lee e da Marvel, tão em voga no cinema moderno.