sábado, 20 de setembro de 2014

Este sou eu em 2014 , depois do Verão, claro, e na verdade estou aqui para experimentar se o blogue ainda funciona. Parece que sim.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Regresso ao blog

   Faz um ano e três meses que vim aqui ao meu espaço cibernético preferido para escrever, e apercebi-me que as fotografias que costumo meter para acompanhar e corroborar o que digo estavam inacessíveis. Queixei-me aos técnicos da minha loja de informática e eles tentaram resolver o assunto por três vezes, sem o conseguirem. Então desisti.
   À coisa de dois ou três dias abordei instintivamente o blog e qual a minha surpresa ao ver as fotografias nos respectivos artigos. Óptimo. Já não era sem tempo, porque é aqui onde me sinto mais à vontade para abordar as minhas temáticas preferidas (sejam elas quais forem). Continuo é a não perceber porque é que foram abusivamente subliminadas, mas neste mundo virtual da informática tudo é possível, e não há nada que possamos fazer para alterar o que quer que seja.
   Durante estes quinze meses muita coisa se passou. Comecei a trabalhar a música com o Sérgio, que sentia necessidade de sair de casa para descontrair das suas eternas traduções de desenhos animados e filmes, e devido à crónica falta de trabalho, preenchia (e continuo a preencher) os espaços vazios com a leitura dos meus livros e autores preferidos de ficção científica, para aguentar numa boa no meu local de trabalho e não me aborrecer por estar parado. Aliás, um mestre-artesão só está parado se quiser, mas devido à conjunctura social actual não compensa ser criativo ou produtivo, porque o que fizer como peças de arte ninguém vai comprar. No entanto continuo a fazê-lo, por desporto. Tinha comprado, em duas feiras do livro, uma quinzena de exemplares que pensei nunca vir a ter tempo de chegar a ler, mas a verdade é que já li metade; na realidade (a não ser na cadeia) nunca li tanto na minha vida - e adoro isso, embora os meus olhos não estejam de acordo comigo. Estão desgastados e cansados, mas têm de ir aguentando.
   Durante um ano, aos domingos a partir das três da tarde, eu e o Sérgio aplicamo-nos a pôr em prática algumas das minhas composições poéticas em música. Ao princípio, para mim, era tudo uma grande confusão: para o Sérgio era uma festa. Eu tinha de cantar (coisa que nunca fiz e para a qual não tenho grande jeito) e de tocar todos os instrumentos. A ideia era ir compondo passo a passo, trabalho moroso, mas a única maneira de construir as músicas de forma coerente. E claro, cada música demorava meses a ser montada, mas onde estava a pressa? Não faziamos isso para vender e mostrar ao mundo que somos habilidosos, mas pura e simplesmente para passar o tempo a curtir aquilo que mais gostamos: música.
   Criamos umas tantas, e no Natal de 2012  consegui finalmente comprar um gravador tecnicamente acessível à minha capacidade de lidar com esse tipo de tecnologia, para me ir entretendo durante a semana, e o Sérgio começou a receber cada vez mais trabalho e deixou de aparecer. Agora sou só eu, embora ainda conte com ele... Mais tarde, num próximo futuro.
   No Verão do ano passado, o Beto (o filho do Betão) mudou-se temporáriamente para a Quinta da Relva e começou a gravitar na área: num dia em que ele ia a passar em frente à minha porta chamei por ele, e blá-blá, música para trás, música para a frente, bateria (ele toca bateria) e tem uma, mas não a pode tocar: sempre que o faz os vizinhos queixam-se, e chegam mesmo a chamar a bófia, facto que o desmoraliza e desmotiva de tocar.
   Fiquei a pensar no assunto e dias depois mandei-lhe a boca. "Já que não podes tocar na casa dos outros, podes tocar aqui na minha", e assim eu tinha acesso a um musico extra para me acompanhar. No entanto, não via da parte dele grande motivação e perguntei-lhe se não a queria vender. E não é que vendeu mesmo! Quase dada - 100 euros.   
   Uma bateria é algo que ocupa muito espaço (coisa que já não tenho em casa) e pensei em instalá-la na garagem. Ele entrou numa de ajudar e desmontamo-a para a restaurar. Lixei, pintei, e enquanto o processo ia decorrendo ele aparecia à noite, para conviver um bocado comigo enquanto esperava que a namorada saisse do trabalho na Lusomassa. Entretanto eu ia comentando que o ambiente não era o mais apropriado para aquele tipo de instrumento, com as paredes nuas de cimento a toda a volta; aí, ele disse que o Nandinho da Quinta da Relva tinha um rolo de corticite que não queria, e estava até quase numa de o deitar fora porque encorrilhava toda e não assentava bem. Se falasse com ele talvez ele ma vendesse. 
   Estavamos no mês de Agosto, de férias, e fui no dia seguinte falar com ele. Concordou imediatamente, por quarenta euros era minha, e foi buscar logo um carrinho de carga, com uma roda completamente torta: carregou o rolo nela e arrastou-o à força até minha casa. Até dava dó olhar para ele, e para o esforço que estava a fazer com o carrinho e a carga: quando chegamos à minha porta suava em bica, mas isso parecia não o incomodar. 
   Nos dias seguintes comecei a brocar as paredes e o tecto a espaços regulares, para colocar depois tachas largas de cobre para segurar as placas de cortiça, e sai cola e muito trabalho. Muito, tanto que até desaparecia debaixo das placas, e o dinheiro que devia servir para ir a qualquer lado desopilar, voou. Mas no fim fiquei com um estúdio B, de batida, e levei lá para baixo tudo o que estivesse relacionado com isso: a minha bateria de djembés (seis) e todo o tipo de percussões (mas não todas - não cabiam mais). 
    O Sérgio entretanto apareceu e disse que a bateria estava desafinada: o Beto olhou de lado para ele e nunca mais apareceu. Orgulhoso e independente como é, não estava para aturar dois kotas com ideias demasiado bem definidas para o gosto dele: e assim, mais uma vez, lá tive de sentar o cu num banco que comprei na feira de Espinho, e tocar para a frente. O vizinho do lado é que não apreciou nada a minha nova aquisição.
   

     

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

 Ultimamente não tenho dado notícias porque ando a fazer música com o meu amigo Sérgio Figueiredo. Infelizmente dispomos de pouco tempo para montar várias, "dimbute". Somos só ele e eu. Eu escrevo os textos e toco todos os instrumentos. Ele grava e edita os fragmentos que vamos produzindo, passo a passo: nota a nota. Só posso acrescentar que sempre apreciei a capacidade extraordinária que ele tem para pegar em qualquer caco musical que seja, e transforma-lo em ouro; é tão alquimista como eu nesse aspecto.
Temos uma nova, "O presente", que vou apresentar brevemente, depois de criarmos uma base de vídeo para ser aceite no youtube.
Quase me esquecia de comentar o estranho bolo com uma harmónica em cima. Seguindo o conselho de um primo (músico de estilo Celta) fui à feira de Espinho, comprei quatro peneiras, desmontei-as, apliquei-lhes peles de fazer sapatos (não são as mais apropriadas, mas quem não tem cão caça com gato) e pintei-as. Dão bons bombos - vibrantes.

Esta é a última pintura de minha mulher: Yukio e o amigo tubarão - imagem de um Japonês (a preto e branco) sacada da NET. Gostos não se discutem, e arte é arte. Vale tudo, até pôr tubarões a ler o jornal em cima de uma minúscula jangada de madeira ao lado de um puto.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Artesanato em madeira

"Ninguém nos serve melhor que nós próprios", foi a conclusão a que cheguei à já muito tempo, e como gosto de escavacar na madeira, de vez em quando (quando não tenho trabalho) construo peças úteis para o bem estar da minha casa. Farto de partir avelâs e nozes com um martelo metálico de bater carne, lembrei-me de fazer um. Adoro o cheiro e o tacto da madeira, e depois de ter ido ao Sobral comprar serras para o pequeno serrote de artes manuais que conservo desde os meus tempos de estudante, puz mãos à obra. Fui ao aido onde guardam a lenha, e escolhi um ramo de uma árvore de jardim que tinha morrido e teve de ser cortada, da espessura do meu braço, e comecei a trabalhar o cabo (e mais tarde a marreta) à faca. O resultado está à vista, e decora a cozinha. A base já a tinha feito à anos.

Comecei a ir comprar a cerveja ao Inter-marché, e óbviamente que comecei a reparar na variedade de queijos e enchidos mesmo ao lado das grades. Daí até me ter tornado mais curioso e interessado nesse género de produtos, foi um sopro que me deu. Disse então à minha mulher para comprar na feira de Espinho uma tábua para o queijo. Ela assim fez, mas ninguém tinha nada disso. Ficaram de arranjar, mas também isso não passava de promessas não concretizadas, até que me aborreci com a situação, e como já tinha serras de artesanato, disse à minha para passar no carpinteiro e trazer uma tábua de 30x35 cm. Cortei, escavaquei, pintei e envernizei, e o resultado foi este. Só me esqueci de tirar o parasol da máquina fotográfica ao tirar a fotografia, e de pôr o queijo rochefort na tábua para melhorar a imagem. Os queijos mais ordinários, de vaca, ficaram no frigorífico. Os meus preferidos são os de cabra, rochefort, camembert, e o da Serra da Estrela. Bom proveito aos afixiados.

domingo, 18 de dezembro de 2011

A nossa música

Mais de treze anos depois aqui estou eu de novo a tentar fazer barulho. Há um ano e meio comprei no Palácio da Musica na Vila de Feira o djembé pintado que se vê no meio por duzentos e quarenta euros. Como é um tambor que tem de ser tocado de lado, entrei numa de lhe construir umas pernas para libertar o fundo, e um dia fui ao Serrado e cortei três ramos de medronheiro todos tortos e fi-lo, envolvendo-os com tiras de algodão para não o arranhar, e pintei-o (como não poderia deixar de ser). Ficou óptimo. Só não imaginava que depois ia comprar mais cinco, Africanos, do Senegal e do Mali, por apenas 100 euros. Ficaram durante algum tempo no chão, debaixo do maior, até que me fartei de os ver a apanhar pó e ampliei a estrutura de forma engenhosa. Reconstrui-a, acrescentando-lhe mais duas pernas: uma de sobreiro e outra de vime e montei uma bateria de djembés com ramos de vime em arco para pendurar um prato Japonês, um gongo Chinês, chocalhos de vários calibres e percussões Sul-Americanas, tudo no mesmo galho. Mais tarde acrescentei-lhe estrelas, luas e decorações metálicas, juntamente com chocalhos e a-go-gos. E quando chegamos ao Natal iluminei os ramos com um tubo de LEDs para animar a cena. Ainda me falta acrescentar mais um tubo de luzes e está pronta.

Aqui temos o acordeão da minha mulher, instrumento que estava nas mãos do avô que não o queria dar. Finalmente cedeu e mandamo-lo restaurar. O conserto foi caro, mas valeu a pena. É uma bela máquina de produzir som (para quem o souber tocar).

Isto é um piano a pilhas oferecido por um vizinho que perdeu o pai, teve de adoptar a mãe, e pôs a casa deles à venda. O filho adoptivo não o quiz e ele deu-mo, sabendo que lhe daria melhor uso. Teve toda a razão, e está a ser bastante útil para embelezar as minhas composições. Infelizmente não sou muito habilidoso com este género de instrumentos, mas conheço quem seja (e espero contar com ele). De qualquer maneira tenho imenso prazer em me sentar no banco que mandei construir (e acabei) com a minha habitual habilidade de mestre artesão. Também o pintei totalmente à minha maneira (como se pode ver). Era totalmente metalizado a prateado. Comprei umas pernas e um pedal de sustain, e "voilá", maestro.

Este é um aspecto geral deste ângulo da aparelhagem no Natal.

Há dois anos e meio uma prima minha e o marido apareceram em minha casa e convidaram-me a aparecer em casa da mãe dela. Iam para lá aos fins-de-semana ensaiar e tinham um projecto musical, juntamente com mais dois amigos: eu, que andava ansioso por soprar na minha flauta, apareci logo e admirei-me da amplitude do potencial instrumental de que dispunham. Tinham uma gama de toda a espécie de instrumentos impressionante, alguns dos quais nem sequer sabia como se tocavam. Isso motivou-me vivamente e renasceu a minha vontade de me mandar para a frente e tentar dar vida aos meus textos e composições. Comprei uma placa externa interessante, uns monitores auto-suficientes potentes, e só faltava o Cubase para me tornar independente, mas o programa mostrou-se arisco e difícil de conseguir de forma satisfatória, e ainda mais difícil de trabalhar e digerir, até que um dia soube por intermédio do Mota (o pianista da nossa banda da adolescência - a Egypcian Cross - que o Sérgio estava interessado em fazer alguma coisa em prol da música. Não sabia como contactar com ele, até que dois dias depois apareceu espontâneamente no facebook, e fiquei animadíssimo: entrei imediatamente em contacto com ele, e ele disse-me para passar lá por casa para falarmos. No dia seguinte estava a tocar à campaínha; falamos durante mais de duas horas sobre tudo e sobre nada, e combinamos colaborar num projecto conjunto de fazer algo pela música de nossa autoria. E aqui estamos, lançados na louca odisseia de mostrar ao mundo que estamos vivos, criativos e mais motivados do que nunca. "A vida é uma Ilusão com bons motivos para ser vivida".

sábado, 3 de dezembro de 2011

A verdadeira VISÃO

No dia 1 de Abril de 1976 uma equipa internacional de Portugueses a trabalhar no estrangeiro, no campo da banda desenhada, arriscou a carreira e o futuro para dar ao nosso país mais qualidade de vida artística, e o resultado foi frustrante: nem dez meses aguentaram, e o Victor Mesquita do Eternus 9 só colaborou durante três meses, antes de se pôr a andar.


















A tentativa de deixar para trás o Passado envelhecido não chegou sequer a fermentar, nem toda a boa vontade do Mundo impediu o fecho da editora por falta de apoio do público em geral. Assim acaba o sonho utópico de criar as bases para trabalhar ideias originais de Portugueses para Portugueses, enriquecendo a sociedade com o visionário crítico e sarcástico tipico do povo Lusitano no seu melhor.




Quando uma sociedade despreza este tipo de qualidade artística, não vale nada. Quando se deixa fugir alguém que regressa para colaborar no desenvolvimento cultural do seu país com este nível, e não é apoiado, esse país não presta. A VISÃO DE LIBERDADE artística destes mestres da banda desenhada serviu apenas para enriquecer a cultura Francesa, Inglesa e Americana, deixando os Portugueses a ver aquilo que sempre gostaram de ver: telenovelas, futebol e o padre a pregar sermões na igreja. O Português (no geral) é um parôlo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os Comics da MARVEL















































Há vinte e oito anos atrás decidi instalar-me em Paris, usando a amabilidade e hospitalidade de uma tia, depois de mais uma frutuosa jornada nas vindimas. Quando finalmente consegui pôr-me a solo comecei a pensar sériamente em aprender a falar, a ler e a escrever Francês correctamente. Durante o meu curso na escola comercial e industrial de Espinho, o professor de Francês (e director da escola) era um indivíduo tão sinistro e intimidatório que ninguém conseguia aprender nada, só de olhar para ele: tinha a alcunha de penalty, e metia um medo de morte até aos outros professores: un salaudparde (será assim que se escreve?) - estou ferrugento nestas andanças.

Ao andar pelas avenidas da cidade apercebi-me de inúmeras bancas que vendiam banda desenhada no passeio. Toda a vida gostei imenso de banda desenhada e pensei que lê-las era a melhor alternativa de abordar a língua. Assim sendo comecei a comprar revistas relacionadas com o assunto e descobri os Comics de Stan Lee. Fiquei logo fascinado com as histórias e os desenhos e aprendi rápidamente a lê-las (com ajuda de uma televisão a preto e branco que comprei a um visinho como apoio audiovisual).

A certa altura as revistas começaram a trazer esta espécie de cromos dos personagens do mundo fantástico da Marvel, mas inicialmente não lhes dei atenção e deitei-os fora, até que um dia me apercebi que eram bastante interessantes e comecei a guardá-los. Não faço ideia da quantidade de personagens que deitei fora, portanto apresento aqui o que conservei à posteriori.

Mais tarde abordarei novamente este tema - a banda desenhada - tão menosprezada nos dias que correm. Mas não os personagens de Stan Lee e da Marvel, tão em voga no cinema moderno.